segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Saiba o que é o Dia Nacional da Consciência Negra



Zumbi dos Palmares: um herói brasileiro
Zubir dos palmares: uma herói brasileiro


História do Dia Nacional da Consciência Negra

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

Importância da Data

A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira. 

A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. 

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados heróis nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.

Você sabia?



História do Dia Nacional da Consciência Negra

Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.

A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.

Importância da Data

A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira. 

A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão. 

Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados heróis nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.

Você sabia?







Fonte:www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_consciencia_negra.htm

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

“Os racistas não entram no reino dos Céus”, diz pastor


As palavras são duras, nascidas de um pastor batista negro que enfrenta as barreiras do preconceito no Brasil. Marco Davi é pastor da Igreja Batista em Parque Dorotéia, São Paulo, mestre em Ciências da Religião e coordenador-fundador da ANNEB (Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil). Na entrevista a seguir, Davi fala sobre a luta por uma “reconciliação racial” e sobre a Conferência Nacional Negritude & Evangélicos que começa nesta quinta-feira, dia 13, e termina no sábado, dia 15, no Rio de Janeiro (RJ).

Portal Ultimato - Qual o objetivo da Conferência Nacional Negritude e & Evangélicos?

Marco Davi - Temos como objetivo consolidar o Movimento Negro Evangélico enquanto organismo agregador de todos os movimentos e iniciativas evangélicas de negritude. Para isto, precisamos tornar realidade o objetivo do Movimento Negro Evangélico: engajar, agregar, motivar e potencializar todos os organismos e grupos evangélicos que trabalham, discutem e mobilizam em torno da questão racial no Brasil, a partir da Igreja Evangélica e nos movimentos sociais.

A Conferência Nacional Negritude & Evangélicos não é um evento único, mas o início de um processo que culminará na formação de uma rede de organizações, pessoas e igrejas que trabalham a temática da população negra no Brasil e fora dele. Queremos realizar em 2015 o Congresso Nacional Negritude & Evangélicos e, se Deus permitir, em 2016, o Congresso Latino Americano Negritude & Evangélicos.

Portal Ultimato - Um dos preletores será John Perkins, uma das grandes vozes na defesa da reconciliação racial. O que Perkins poderá acrescentar à Igreja Evangélica Brasileira?
Marco Davi - A presença do Rev. John Perkins por si só já é um presente para nós como negros e como igreja. A sua história de luta pelos Direitos Humanos, na organização da população negra do Mississipi e nos Estados Unidos já o qualifica para estar entre nós. Suas propostas de reconciliação que não deixam de lado a necessidade de igualdade farão com que tenhamos novas perspectivas. Até, quem sabe, novos discursos sobre a questão negra entre nós. 

Portal Ultimato - Quando falamos de “reconciliação racial” do que estamos falando?

Marco Davi - Creio que, no Brasil, precisamos elaborar mais o assunto. Precisamos lutar pela reconciliação. Mas para que isto aconteça duas coisas são necessárias e importantes. Primeiro, os negros devem gostar de serem negros. Há uma autoestima baixa entre os negros do Brasil em geral. Muitos têm dificuldades até de discutir o assunto sobre raça. Outros procuram se juntar mais e mais com brancos, não porque acham natural, mas porque têm dificuldades com a sua cor da pele, sua raça. Não é porque eles sejam racistas, , como afirmam alguns preconceituosos (até porque os racistas sempre são aqueles que fazem parte do grupo de maior poder econômico, politico e sistêmico). Portanto, é impossível, de forma radical, que os negros sejam racistas. Mas quando alguns têm sentimentos racistas, como sabemos de alguns que nutrem esse sentimentos pecaminosos, o fazem talvez porque não se aceitam como são: imagem e semelhança de Deus. 

Outra realidade importante para que haja reconciliação entre negros e brancos no Brasil são os brancos compreenderem que eles têm vantagens no Brasil. Os brancos pobres ou ricos já nascem com vantagens nesta nação. A raça dos brancos não foi escravizada por mais de 350 anos. Os brancos têm vantagens emocionais, psicológicas, econômicas, sociais, geográficas, etc. Os brancos não são o objeto principal da violência policial, mas sim os negros. São os negros que precisam conversar com os filhos que sofrem angústias por serem discriminados no país. E muitas outras coisas.

Não estou legitimando a postura de “coitados” para os negros, mas sim mostrando que se os brancos não reconhecerem isso, que o Estado brasileiro deve à população negra, não conseguiremos muitas avanços. A reconciliação sem direitos é imposição da Injustiça. 

Portal Ultimato - Quando defendemos os negros, desvalorizamos os brancos?

Marco Davi - De maneira nenhuma. Os brancos e os negros são imagem e semelhança do Pai. O que queremos falar com a defesa dos negros - e que causa sim muitas dificuldades para brancos e negros pelos motivos ressaltados acima - é a busca dos direitos diante desta sociedade que evidencia o racismo e a sua exclusão. O Estado do Brasil deve muito aos negros que trabalharam muito sem nada receberem, somente alimentação horrível, violência, estupros, segregação, imposições de leis que favoreciam aos brancos da época, principalmente, aos ricos e fazendeiros, etc. Quando os negros estavam prontos e preparados para o trabalho e próprio ganho pessoal e não para seus senhores, o Estado do Brasil criou outras formas de prejudicar os negros, como a lei do ventre livre, o branqueamento que posteriormente se tornou uma política a partir da qual muitos brancos de outros países vieram para cá subsidiados pelo governo. Foi muita covardia. Se o Brasil não reparar isto continuará sob o juízo de Deus.

Portal Ultimato - Um assunto urgente é a violência que tem os jovens negros como as maiores vítimas. Para este assunto, haverá uma mesa de debate. Qual a gravidade do tema?

Marco Davi - Agora mesmo saiu uma pesquisa que mostra que os negros jovens são as maiores vítimas da violência. O Mapa da Violência no Brasil 2014 revela isto. Em todo o país, sete jovens são mortos a cada duas horas. São 82 jovens mortos por dia, 30 mil por ano, todos com idades de 15 a 29 anos. E, entre os jovens assassinados, 77% são negros (somando aqui os pretos e pardos, pelos critérios do IBGE).

Isso é muito grave, porque basta ser negro. Ninguém está preocupado se ele é evangélico, do candomblé, ou católico. É negro e ponto. O que é muito triste é ler alguns comentários nas redes sociais de gente que é racista, mas nunca tem coragem de avisar ao outro. Nesta hora, esta gente se sente livre e detona o seu azedume racista. Gente de igreja também que diz não ser bem assim, que isso é notícia plantada. Ora, quem vai plantar uma desgraça dessa? Qual objetivo? Isso é uma realidade, e a violência pode atingir também aos cristãos, como já tem acontecido.

Confesso que tenho medo, pois tenho um filho de 18 anos e uma filha de 16. Negros lindos por sinal, estudiosos, dedicados. Quando eles saem, eu fico com muito medo do que pode acontecer. Como cristão e pastor, coloco, é claro, nas mãos do Senhor. Mas digo a Ele que o medo existe, porque moro no Brasil onde os negros - como em outros lugares - são preteridos em muitas coisas. O negro é objeto de violência em primeiro lugar.

A igreja brasileira denominou alguns problemas no Brasil como coisas do diabo, tais como: homossexualismo, casamento gay, aborto, etc. Mas tantos jovens negros são assassinados no Brasil e isso nunca foi motivo para levante midiático, campanhas no Youtube, Facebook, televisão , etc. Ou seja, o genocídio aos negros pode continuar, desde que não atinja os dogmas religiosos das igrejas. Mas o que será o que o Senhor Jesus dirá à nossa igreja do Brasil? Racismo é pecado. E quando você que é racista e acha que os negros devem morrer mesmo, não devem nem falar sobre direitos, e devem continuar no seu lugar, estiver lendo este texto, peça perdão ao Senhor e peça a ele que tenha misericórdia de sua vida. Porque talvez você, no juízo final diante do Senhor, o encontre negro. E isso acontecendo, ele dirá “apartai de mim maldito para o fogo eterno”, pois racistas não entram no reino dos céus.

Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/os-racistas-nao-entram-no-reino-dos-ceus-diz-pastor

ATENÇÃO NEGRITUDE! NÃO ESQUEÇA QUE NOVEMBRO É O MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA. DIA 20/11, É O DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
ESTAREI HOMENAGEANDO NO FACE E NO MEU BLOG http://mensagensdedanieldossantos.blogspot.com.br/ PERSONAGENS NEGRA QUE SE DESTACARAM NO BRASIL E NO MUNDO.
SE VOCÊ É NEGRO ASSUMIDO COM EU,NÃO DEIXE REFLETIR SOBRE A SUA IMPORTÂNCIA PARA AS ARTES,ESPORTES,POLÍTICA E A CULTURA EM GERAL.
VAMOS LER SOBRE O PRIMEIRO HOMENAGEADO.
UM NEGRO QUE O PROTESTANTISMO BRASILEIRO ESQUECEU
O poeta, cineasta, pintor , ator, um dos maiores animadores culturais brasileiros, considerado por muitos críticos como o criador no Brasil da poesia “assumidamente negra”, o negro presbiteriano Francisco Solano Trindade completaria, se vivo fosse, 100 anos de idade.
Francisco Solano nasceu no dia 24 de julho de 1908, em Recife, filho de Manoel Abílio Trindade, sapateiro, e Merenciana de Jesus, doceira.
As comemorações pelo centenário de Solano Trindade concentram-se nas três cidades em que ele viveu mais tempo. No Recife, onde fundou, em 1936, o Centro Cultural Afro-Brasileiro e a Frente Negra Pernambucana; em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde sofreu perseguições, prisões e apreensão de livros durante o governo Dutra; e em Embu, município de São Paulo, que ele ajudou a batizar como Embu das Artes, onde fica a sede do Teatro Popular Solano Trindade, comandado por sua filha e herdeira artística Raquel Trindade. Solano Trindade foi um dos fundadores do que mais tarde se classificaria como movimento negro. O movimento reconhecia a necessidade de o negro brasileiro assumir, orgulhosamente, sua identidade e lutar contra a discriminação.
O recifense achava que isso deveria ser feito valorizando a cultura popular brasileira de matriz negra, sem excluir os brancos. Por isso, fundou o Teatro Popular Brasileiro. O sucesso do Teatro Popular foi tão grande que era convocado a realizar espetáculos especiais para todas as companhias estrangeiras que passavam pelo Recife. Solano desenvolveu também carreira de ator, participou de peças teatrais e vários filmes. No final da década de 1920, Solano Trindade tornou-se protestante. Ele conheceu Maria Margarida Trindade, que era presbiteriana, com quem veio a se casar. O casal teve seis filhos, dois morreram prematuramente e foi um assassinado pela ditadura militar, após o golpe de 1964.
Solano teve ação importante na igreja. Ele chegou a ser diácono da Igreja Presbiteriana, fazia poemas e citava trechos bíblicos com facilidade, voltado principalmente para o Gólgota e os apóstolos Pedro, Tiago e João evangelista.
Foi na igreja que ele começou o legado da vida. Seus poemas foram publicados na revista protestante do Colégio XV de Novembro, de Garanhuns, e em jornais do Recife. Só depois dessa fase começaria a nascer a sua poesia negra. Decepcionado com o distanciamento do protestantismo com as questões sociais, incluindo a discriminação contra os negros, ele deixou a igreja, justificando sua saída com um versículo da própria Bíblia: "Se não amas a teu irmão, a quem vês, como podes amar a Deus, a quem não vês?" Assim como Solano Trindade, também passou pelo protestantismo João Cândido, o marinheiro negro, membro da Igreja Metodista de São João de Meriti, que liderou a Revolta da Chibata - um importante movimento social ocorrido no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro.
Outra contribuição foi prestada pelo líder camponês João Pedro Teixeira, negro, crente da Igreja Evangélica Presbiteriana. Ele fundou a Liga Camponesa de Sapé, na Paraíba.
Teixeira foi retratado no filme “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho, um marco qualitativo da cinematografia brasileira. Estes e muitos outros negros e negras passaram por nossas igrejas e deixaram um legado para a humanidade. Em 2008, ano do centenário do nascimento do "poeta negro", o "poeta do povo", é hora da Igreja Protestante Brasileira resgatar sua memória, dando o reconhecimento a Solano Trindade e muitos outros negros e negras, que contribuíram e contribuem para o reino de Deus aqui na terra.
Por [Hernani Francisco da Silva]

PARA REFLETIR...

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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Brasil, da democracia para Cleptocracia 

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Cleptocracia, é um termo de origem grega, que significa, literalmente, “governo de ladrões”,cujo objectivo é o do roubo de capital financeiro dum país e do seu bem-comum. A cleptocracia ocorre quando uma nação deixa de ser governada por um Estado de Direito imparcial e passa a ser governada pelo poder discricionário de pessoas que tomaram o poder político nos diversos níveis e que conseguem transformar esse poder político em valor econômico, por diversos modos.
A fase “cleptocrática” do Estado ocorre quando a maior parte de sistema público governamental é capturada por pessoas que praticam corrupção política, institucionalizando a corrupção e seus derivados como o nepotismo, o peculato, de forma que estas ações delitivas ficam impunes, por todos os sectores do poder estarem corrompidos, desde a Justiça, os funcionários da lei e todo o sistema político e econômico. Temer e seus comparsas estabeleceram pela primeira vez esse regime político em nosso país. Espero que os brasileiros sinceros repudiem nas urnas todos os facínoras que livraram o presidente bandido das investigações e que apoiaram "reformas" que assaltaram os direitos dos trabalhadores. Pra refletir; Será que é verdade que os brasileiros tem memoria curta? A propósito: Quanto custa um litro de Gasolina? Um botijão de gás? foi para isso que foram as ruas? Não começaram ir as ruas em 2014 por causa de 20 centavos de reajustes nas passagens de ônibus?! Dá a entender que esses brasileiros que "protestaram," não passaram de massas de manobras da globo,FIESP, CNI e desses movimentos de siglas bancadas pelos políticos do PSDB/PMDB. Parecia coisa séria mas depois... Fique de olho!🤔

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

15/11/1889 dia da "proclamação da República" do Brasil, o 1º golpe. 

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Proclamação da República, quadro de Benedito Calixto


A proclamação ocorreu na Praça da Aclamação (atual Praça da República), na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, quando um grupo de militares do exército brasileiro, liderados pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, destituiu o imperador e assumiu o poder no país.
Foi instituído, naquele mesmo dia 15, um governo provisório republicano. Faziam parte, desse governo, organizado na noite de 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca como presidente da república e chefe do Governo Provisório; o marechal Floriano Peixoto como vice-presidente; como ministros, Benjamin Constant Botelho de MagalhãesQuintino BocaiuvaRui BarbosaCampos SalesAristides LoboDemétrio Ribeiro e o almirante Eduardo Wandenkolk, todos membros regulares da maçonaria brasileira.

Antecedentes


"Alegoria da República", quadro de Manuel Lopes Rodrigues pertencente ao acervo do Museu de Arte da Bahia
O movimento de 15 de novembro de 1889 não foi o primeiro a buscar a república, embora tenha sido o único efetivamente bem-sucedido, e, segundo algumas versões, teria contado com apoio tanto das elites nacionais e regionais quanto da população de um modo geral:

Crise da Monarquia


A partir da década de 1870, como consequência da Guerra do Paraguai (também chamada de Guerra da Tríplice Aliança, 1864-1870), foi tomando corpo a ideia de alguns setores da elite de alterar o regime político vigente. Fatores que influenciaram esse movimento:
  • O imperador D. Pedro II não tinha filhos, apenas filhas. O trono seria ocupado, após a sua morte, por sua filha mais velha, a princesa Isabel, casada com um francêsGastão de Orléans, Conde d'Eu, o que gerava o receio em parte da população de que o país fosse governado por um estrangeiro.
  • O fato de os negros terem ajudado o exército na Guerra do Paraguai e, quando retornaram ao país, permaneceram como escravos, ou seja, não ganharam a alforria de seus donos.

Situação política do Brasil em 1889

O governo imperial, através do 37.º e último gabinete ministerial, empossado em 7 de junho de 1889, sob o comando do presidente do Conselho de Ministros do ImpérioAfonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto, do Partido Liberal, percebendo a difícil situação política em que se encontrava, apresentou, em uma última e desesperada tentativa de salvar o império, à Câmara-Geral, câmara dos deputados, um programa de reformas políticas do qual constavam, entre outras, as medidas seguintes: maior autonomia administrativa para as províncias, liberdade de voto, liberdade de ensino, redução das prerrogativas do Conselho de Estado e mandatos não vitalícios para o Senado Federal. As propostas do Visconde de Ouro Preto visavam a preservar o regime monárquico no país, mas foram vetadas pela maioria dos deputados de tendência conservadora que controlava a Câmara Geral. No dia 15 de novembro de 1889, a república era proclamada.

Perda de prestígio da monarquia


Muitos foram os fatores que levaram o Império a perder o apoio de suas bases econômicasmilitares e sociais. Da parte dos grupos conservadores pelos sérios atritos com a Igreja Católica (na "Questão Religiosa"); pela perda do apoio político dos grandes fazendeiros em virtude da abolição da escravatura, ocorrida em 1888, sem a indenização dos proprietários de escravos.
Da parte dos grupos progressistas, havia a crítica que a monarquia mantivera, até muito tarde, a escravidão no país. Os progressistas criticavam, também, a ausência de iniciativas com vistas ao desenvolvimento do país fosse econômico, político ou social, a manutenção de um regime político de castas e o voto censitário, isto é, com base na renda anual das pessoas, a ausência de um sistema de ensino universal, os altos índices de analfabetismo e de miséria e o afastamento político do Brasil em relação a todos demais países do continente, que eram republicanos.
Assim, ao mesmo tempo em que a legitimidade imperial decaía, a proposta republicana - percebida como significando o progresso social - ganhava espaço. Entretanto, é importante notar que a legitimidade do Imperador era distinta da do regime imperial: Enquanto, por um lado, a população, de modo geral, respeitava e gostava de dom Pedro II, por outro lado, tinha cada vez em menor conta o próprio império. Nesse sentido, era voz corrente, na época, que não haveria um terceiro reinado, ou seja, a monarquia não continuaria a existir após o falecimento de dom Pedro II, seja devido à falta de legitimidade do próprio regime monárquico, seja devido ao repúdio público ao príncipe consorte, marido da princesa Isabel, o francês Conde d'Eu. O conde tinha fama de arrogante, não ouvia bem, falava com sotaque francês e, além de tudo, era dono de cortiços no Rio, pelos quais cobrava aluguéis exorbitantes de gente pobre. Temia-se que, quando Isabel subisse ao trono, ele viesse a ser o governante de fato do Brasil.[4]
Embora a frase de Aristides Lobo (jornalista e líder republicano paulista, depois feito ministro do governo provisório), "O povo assistiu bestializado" à proclamação da república, tenha entrado para a história, pesquisas históricas, mais recentes, têm dado outra versão à aceitação da república entre o povo brasileiro. É o caso da tese defendida por Maria Tereza Chaves de Mello (A República Consentida, Editora da FGV, EDUR, 2007), que indica que a república, antes e depois da proclamação, era vista popularmente como um regime político que traria o desenvolvimento, em sentido amplo, para o país.

Crise econômica

A crise econômica agravou-se em função das elevadas despesas financeiras geradas pela Guerra da Tríplice Aliança, cobertas por capitais externos. Os empréstimos brasileiros elevaram-se de três milhões de libras esterlinas em 1871 para quase 20 milhões em 1889, o que causou uma inflação da ordem de 1,75% ao ano, no plano interno.[carece de fontes]

Questão abolicionista


A questão abolicionista impunha-se desde a abolição do tráfico negreiro em 1850, encontrando viva resistência entre as elites agrárias tradicionais do país. Diante das medidas adotadas pelo Império para a gradual extinção do regime escravista, devido a repercussão da experiência mal sucedida nos Estados Unidos de libertação geral dos escravos ter levado aquele país à guerra civil, essas elites reivindicavam do Estado indenizações proporcionais ao preço total que haviam pago pelos escravos a serem libertados por lei. Estas indenizações seriam pagas com empréstimo externo.
Com a decretação da Lei Áurea (1888), e ao deixar de indenizar esses grandes proprietários rurais, o império perdeu o seu último pilar de sustentação. Chamados de "republicanos de última hora" ou Republicanos do 13 de Maio, os ex-proprietários de escravos aderiram à causa republicana, não por causa de um sentimento, mas como uma "vingança" contra a monarquia.
Na visão dos progressistas, o Império do Brasil mostrou-se bastante lento na solução da chamada "Questão Servil", o que, sem dúvida, minou sua legitimidade ao longo dos anos. Mesmo a adesão dos ex-proprietários de escravos, que não foram indenizados, à causa republicana, evidencia o quanto o regime imperial estava atrelado à escravatura.
Assim, logo após a princesa Isabel assinar a Lei Áurea, João Maurício Wanderley, Barão de Cotegipe, o único senador do império que votou contra o projeto de abolição da escravatura, profetizou:

Questão religiosa

Desde o período colonial, a Igreja Católica, enquanto instituição, encontrava-se submetida ao estado. Isso se manteve após a independência e significava, entre outras coisas, que nenhuma ordem do papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse previamente aprovada pelo imperador (Beneplácito Régio). Ocorre que, em 1872, Vital Maria Gonçalves de Oliveira e Antônio de Macedo Costa, bispos de Olinda e Belém do Pará respectivamente, resolveram seguir, por conta própria, as ordens do Papa Pio IX, que excluíam, da igreja, os maçons. Como membros de alta influência no Brasil monárquico eram maçons (alguns livros também citam o próprio dom Pedro II como maçom), a bula não foi ratificada.
Os bispos se recusaram a obedecer ao imperador, sendo presos. Em 1875, graças à intervenção do maçom Duque de Caxias, os bispos receberam o perdão imperial e foram colocados em liberdade. Contudo, no episódio, a imagem do império desgastou-se junto à Igreja Católica. E este foi um fator agravante na crise da monarquia, pois o apoio da Igreja Católica à monarquia sempre foi essencial à subsistência da mesma.

Questão militar

Os militares do Exército Brasileiro estavam descontentes com a proibição, imposta pela monarquia, pela qual os seus oficiais não podiam manifestar-se na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra. Os militares não possuíam uma autonomia de tomada de decisão sobre a defesa do território, estando sujeitos às ordens do imperador e do Gabinete de Ministros, formado por civis, que se sobrepunham às ordens dos generais. Assim, no império, a maioria dos ministros da guerra eram civis.
Além disso, frequentemente os militares do Exército Brasileiro sentiam-se desprestigiados e desrespeitados. Por um lado, os dirigentes do império eram civis, cuja seleção era extremamente elitista e cuja formação era bacharelesca, mas que resultava em postos altamente remunerados e valorizados; por outro lado, os militares tinham uma seleção mais democrática e uma formação mais técnica, mas que não resultavam nem em valorização profissional nem em reconhecimento político, social ou econômico. As promoções na carreira militar eram difíceis de serem obtidas e eram baseadas em critérios personalistas em vez de promoções por mérito e antiguidade.
Guerra do Paraguai, além de difundir os ideais republicanos, evidenciou aos militares essa desvalorização da carreira profissional, que se manteve e mesmo acentuou-se após o fim da guerra. O resultado foi a percepção, da parte dos militares, de que se sacrificavam por um regime que pouco os consideravam e que dava maior atenção à Marinha do Brasil.

Atuação dos republicanos e dos positivistas

Durante a Guerra do Paraguai, o contato dos militares brasileiros com a realidade dos seus vizinhos sul-americanos levou-os a refletir sobre a relação existente entre regimes políticos e problemas sociais. A partir disso, começou a desenvolver-se, tanto entre os militares de carreira quanto entre os civis convocados para lutar no conflito, um interesse maior pelo ideal republicano e pelo desenvolvimento econômico e social brasileiro.
Dessa forma, não foi casual que a propaganda republicana tenha tido, por marco inicial, a publicação do manifesto Republicano em 1870 (ano em que terminou a Guerra do Paraguai), seguido pela Convenção de Itu em 1873 e pelo surgimento dos clubes republicanos, que se multiplicaram, a partir de então, pelos principais centros no país.
Além disso, vários grupos foram fortemente influenciados pela maçonaria (Deodoro da Fonseca era maçom, assim como todo seu ministério) e pelo positivismo de Auguste Comte, especialmente, após 1881, quando surgiu a igreja Positivista do Brasil. Seus diretores, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, iniciaram uma forte campanha abolicionista e republicana.
A propaganda republicana era realizada pelos que, depois, foram chamados de "republicanos históricos" (em oposição àqueles que se tornaram republicanos apenas após o 15 de novembro, chamados de "republicanos de 16 de novembro").
As ideias de muitos dos republicanos eram veiculadas pelo periódico A República. Segundo alguns pesquisadores, os republicanos dividiam-se em duas correntes principais:
  • Os evolucionistas, que admitiam que a proclamação da república era inevitável, não justificando uma luta armada;
  • Os revolucionistas, que defendiam a possibilidade de pegar em armas para conquistá-la, com mobilização popular e com reformas sociais e econômicas.
Embora houvesse diferenças entre cada um desses grupos no tocante às estratégias políticas para a implementação da república e também quanto ao conteúdo substantivo do regime a instituir, a ideia geral, comum aos dois grupos, era a de que a república deveria ser um regime progressista, contraposto à exausta monarquia. Dessa forma, a proposta do novo regime revestia-se de um caráter social revolucionário e não apenas do de uma mera troca dos governantes.

Golpe militar de 15 de novembro de 1889 e a proclamação da República


Charge da proclamação da República, com José do Patrocínio em primeiro plano.
No Rio de Janeiro, os republicanos insistiram que o Marechal Deodoro da Fonseca, um monarquista, chefiasse o movimento revolucionário que substituiria a monarquia pela república.
Depois de muita insistência dos revolucionários, Deodoro da Fonseca concordou em liderar o movimento militar.
Segundo relatos históricos, em 15 de novembro de 1889, comandando algumas centenas de soldados que se movimentavam pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, o marechal Deodoro, assim como boa parte dos militares, pretendia apenas derrubar o então Chefe do Gabinete Imperial (equivalente a primeiro-ministro), o Visconde de Ouro Preto. "Os principais culpados de tudo isso [a proclamação da República] são o conde D'Eu e o Visconde de Ouro Preto: o último por perseguir o Exército e o primeiro por consentir nessa perseguição", diria mais tarde Deodoro.[4][5]
golpe militar, que estava previsto para 20 de novembro de 1889, teve de ser antecipado. No dia 14, os conspiradores divulgaram o boato de que o governo havia mandado prender Benjamin Constant Botelho de Magalhães e Deodoro da Fonseca. Posteriormente confirmou-se que era mesmo boato. Assim, os revolucionários anteciparam o golpe de estado, e, na madrugada do dia 15 de novembro, Deodoro dispôs-se a liderar o movimento de tropas do exército que colocou um fim no regime monárquico no Brasil.
Os conspiradores dirigiram-se à residência do marechal Deodoro, que estava doente, com dispneia,[6] e acabam por convencê-lo a liderar o movimento. Aparentemente decisivo para Deodoro foi saber que, a partir de 20 de novembro, o novo Presidente do Conselho de Ministros do Império seria Silveira Martins, um velho rival. Deodoro e Silveira Martins eram inimigos desde o tempo em que o marechal servira no Rio Grande do Sul, quando ambos disputaram as atenções da baronesa do Triunfo, viúva muito bonita e elegante, que, segundo os relatos da época, preferira Silveira Martins. Desde então, Silveira Martins não perdia oportunidade para provocar Deodoro da tribuna do Senado, insinuando que malversava fundos e até contestando sua eficácia enquanto militar.[4]
Além disso, o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro dissera a Deodoro que uma suposta ordem de prisão contra ele havia sido expedida, argumento que convenceu finalmente o velho marechal a proclamar a República no dia 16 e a exilar a Família Imperial já à noite, de modo a evitar uma eventual comoção popular.[7]

Proclamação da República no Rio de Janeiro (por Georges Scott, publicado em Le Monde Illustré, nº 1.708, 21/12/1889).

Desembarque de Dom Pedro II em Lisboa: a canoa imperial atraca no Arsenal da Marinha.
Convencido de que seria preso pelo governo imperial, Deodoro saiu de sua residência ao amanhecer do dia 15 de Novembro, atravessou o Campo de Santana e, do outro lado do parque, conclamou os soldados do batalhão ali aquartelado, onde hoje se localiza o Palácio Duque de Caxias, a se rebelarem contra o governo. Oferecem um cavalo ao marechal, que nele montou, e, segundo testemunhos, tirou o chapéu e proclamou "Viva a República!". Depois apeou, atravessou novamente o parque e voltou para a sua residência. A manifestação prosseguiu com um desfile de tropas pela Rua Direita, atual rua 1.º de Março, até o Paço Imperial.
Os revoltosos ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o Gabinete ministerial e prenderam seu presidente, Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto.
No Paço Imperial, o presidente do gabinete (primeiro-ministro), Visconde de Ouro Preto, havia tentando resistir pedindo ao comandante do destacamento local e responsável pela segurança do Paço Imperial, general Floriano Peixoto, que enfrentasse os amotinados, explicando ao general Floriano Peixoto que havia, no local, tropas legalistas em número suficiente para derrotar os revoltosos. O Visconde de Ouro Preto lembrou a Floriano Peixoto que este havia enfrentado tropas bem mais numerosas na Guerra do Paraguai. Porém, o general Floriano Peixoto recusou-se a obedecer às ordens dadas pelo Visconde de Ouro Preto e assim justificou sua insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro Preto:
Em seguida, aderindo ao movimento republicano, Floriano Peixoto deu voz de prisão ao chefe de governo Visconde de Ouro Preto.
O único ferido no episódio da proclamação da república foi o Barão de Ladário, que resistiu à ordem de prisão dada pelos amotinados e levou um tiro. Consta que Deodoro não dirigiu crítica ao Imperador dom Pedro II e que vacilava em suas palavras. Relatos dizem que foi uma estratégia para evitar um derramamento de sangue. Sabia-se que Deodoro da Fonseca estava com o tenente-coronel Benjamin Constant ao seu lado e que havia alguns líderes republicanos civis naquele momento.
Na tarde do mesmo dia 15 de novembro, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi solenemente proclamada a República.
À noite, na Câmara Municipal do Município Neutro, o Rio de Janeiro, José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada sem votação. O texto foi para as gráficas de jornais que apoiavam a causa, e, só no dia seguinte, 16 de novembro, foi anunciado ao povo a mudança do regime político do Brasil.
Dom Pedro II, que estava em Petrópolis, retornou ao Rio de Janeiro. Pensando que o objetivo dos revolucionários era apenas substituir o Gabinete de Ouro Preto, o Imperador D. Pedro II tentou ainda organizar outro gabinete ministerial, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. O imperador, em Petrópolis, foi informado e decidiu descer para a Corte. Ao saber do golpe de estado, o Imperador reconheceu a queda do Gabinete de Ouro Preto e procurou anunciar um novo nome para substituir o Visconde de Ouro Preto. No entanto, como nada fora dito sobre República até então, os republicanos mais exaltados espalharam o boato de que o Imperador escolhera Gaspar Silveira Martins, inimigo político de Deodoro da Fonseca desde os tempos do Rio Grande do Sul, para ser o novo chefe de governo.[9] Deodoro da Fonseca então convenceu-se a aderir à causa republicana. O Imperador foi informado disso e, desiludido, decidiu não oferecer resistência.
No dia seguinte, o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro entregou a dom Pedro II uma comunicação, cientificando-o da proclamação da república e ordenando sua partida para a Europa, a fim de evitar conturbações políticas. A família imperial brasileira exilou-se na Europa, só lhes sendo permitida a sua volta ao Brasil na década de 1920.

Controvérsias

Do ponto de vista do Código Criminal do Império do Brasil, sancionado em 16 de dezembro de 1830, o crime cometido pelos republicanos foi:
"Artigo 87: Tentar diretamente, e por fatos, destronar o imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez anos no mínimo."
Visconde de Ouro Preto, deposto em 15 de novembro, entendia que a proclamação da república fora um erro e que o Segundo Reinado tinha sido bom, e, assim se expressou em seu livro "Advento da Ditadura Militar no Brasil":

Proclamação da República em frente ao Quartel General do Rio de Janeiro.
Embora se argumente que não houve participação popular no movimento que terminou com o regime monárquico e implantou a república, o fato é que também não houve manifestações populares de apoio à monarquia, ao imperador ou de repúdio ao novo regime.
Alguns pesquisadores[quem?] argumentam que, caso a monarquia fosse popular, haveria movimentos contrários à república em seguida, além da Guerra de Canudos. Entretanto, segundo outros pesquisadores[quem?], o que teria ocorrido foi uma crescente conscientização a respeito do novo regime e sua aprovação pelos mais diferentes setores da sociedade brasileira. Versão oposta é dada pela pesquisadora, Maria de Lourdes Mônaco Janoti, no livro Os Subversivos da República, no qual relata o medo que tiveram os republicanos, nas primeiras décadas da república, em relação a uma possível restauração da monarquia no Brasil. Maria Janoti mostra também, em seu livro, a repressão forte, por parte dos republicanos, a toda tentativa de se organizar grupos políticos monárquicos naquela época.
Neste sentido, um caso notável de resistência à república foi o do líder abolicionista José do Patrocínio, que, entre a abolição da escravatura e a proclamação da república, manteve-se fiel à monarquia, não por uma compreensão das necessidades sociais e políticas do país, mas, romanticamente, apenas devido a uma dívida de gratidão com a Princesa Isabel. Aliás, nesse período de aproximadamente dezoito meses, José do Patrocínio constituiu a chamada "Guarda Negra", que eram negros alforriados organizados para causar confusões e desordem em comícios republicanos, além de espancar os participantes de tais comícios.
Em relação à ausência de participação popular no movimento de 15 de novembro, um documento que teve grande repercussão foi o artigo de Aristides Lobo, que fora testemunha ocular da proclamação da República, no Diário Popular de São Paulo, em 18 de novembro, no qual dizia:
Na reunião na casa de Deodoro, na noite de 15 de novembro de 1889, foi decidido que se faria um referendo popular, para que o povo brasileiro aprovasse ou não, por meio do voto, a república. Porém esse plebiscito só ocorreu 104 anos depois, determinado pelo artigo segundo do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988.
Segundo historiadores, a aristocracia cafeeira do oeste paulista e os militares foram os principais articuladores da queda da monarquia, mas sem uma aliança formal.

Relação com a manutenção do país unido

Com a proclamação da república, "segundo todas as probabilidades", acabaria também o Brasil, pensava, no fim do século XIX, o escritor português Eça de Queirós. "Daqui a pouco" - acrescentava, numa das suas cartas de Fradique Mendes, publicadas depois de sua morte sob o título de "Cartas Inéditas de Fradique Mendes", e transcritas por Gilberto Freyre em sua obra "Ordem e Progresso":
O sociólogo Gilberto Freyre entendeu que Eça de Queirós errou redondamente: