eSTRANHA
COMEMORAÇÃO
E enquanto o mundo segue sua vocação natural para se esquecer de Deus
através de sexo, álcool, evocação de entidades e ídolos… em nome de uma
“alegria” fugaz, insana e sem razão de ser — imoralidades e aberrações que nem
mil “quartas-feiras de cinzas” poderiam justificar! (Nessas horas eu consigo
ter uma ligeira noção da verdadeira extensão do amor de Deus, por não destruir
esse mundo… como fez com Sodoma e Gomorra). Enquanto satanás é adorado minha
preocupação maior é com a igreja.
Com a igreja?!? Sim. Ver o mundo “sendo” mundo é até natural… mas quando
eu vejo coisas estranhas ocorrendo dentro da igreja que diz seguir a Jesus
Cristo: aí meu espanto e desgosto se acumulam.
Passei uma semana tentando “digerir” coisas que aconteceram no domingo,
30 de janeiro de 2005, em minha igreja. Igreja esta Batista e ainda pertencente
a convenção… igreja onde cresci e conheci a palavra de Deus. Considerada por
mim como meu segundo lar, onde mantenho comunhão vertical e horizontal sem
maiores problemas. Porém afirmo sem medo que igreja nenhuma vai salvar ninguém, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é
dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).
Mas… o que aconteceu afinal para que eu ficasse tão mal por uma semana?
Seria fácil demais simplesmente colocar uma série de adjetivos bíblicos
aqui e deixar tudo sem que as pessoas pudessem entender o que ocorreu, mas o
Senhor é bom e me permitiu colher material da fonte… material que pretendo
apresentar e analisar a luz das Escrituras através deste texto e, no final,
somente lá, chegarei a uma conclusão que pode ser refutada por você caso haja
discordância com base bíblica.
Aquele dia foi uma data muito especial: o aniversário da igreja! Achei
muito estranho termos um pastor convidado pregando tanto pela manhã quanto a
noite, porém o conteúdo da mensagem pela manhã foi o que mais me impressionou…
e não foi por sua exatidão bíblica. Vejamos o primeiro de uma série de slides
que foram apresentados na mensagem cujo título foi “Vivendo como igreja
os propósitos de Deus — Por que uma igreja dirigida por PROPÓSITOS?”
Aqui começa uma série de aplicações bíblicas que simplesmente estão fora
de seu contexto!
Para uma melhor compreensão, leiamos Mateus 16:17-19 na íntegra:
“E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas,
porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois
também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as
chaves do reino dos céus e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e
tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.”
Esse texto me remete diretamente ao Salmo 127:1-2, onde lemos:
“Cântico dos degraus, de Salomão. SE o Senhor não edificar a casa, em
vão trabalham os que edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a
sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão
de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono.”
Uma importante observação que devo registrar: minhas pesquisas têm base
na “Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original de João Ferreira de
Almeida”. E isso é muito importante como veremos mais tarde.
Voltando ao mérito da questão levantada… que ligação há entre essa
primeira partícula de referência bíblica que aparece no slide e a chamada
“igreja com propósitos”?
E a segunda citação? Leiamos Provérbios
19:20-22:
“Ouve o conselho, e recebe a correção, para que sejas sábio nos teus
últimos dias. Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do
Senhor permanecerá. O desejo do homem é a sua beneficência, mas o pobre é
melhor do que o mentiroso.”
Que interessante! Nessa versão há um claro reposicionamento da palavra
“propósito” para uma posição “menos vantajosa” que na citação do slide… porque
alguém estaria querendo destacar essa palavra?
Só sei que nenhuma das duas citações utilizadas serve para dizer
claramente que a chamada “igreja com propósitos” é o desejo de Deus… aliás, não
dizem nem claramente nem nas entrelinhas: simplesmente não dizem!
Então muitos poderão me dizer que isso é pouco para tanta desconfiança
de minha parte, mas ainda há mais! Veja este slide:
Antes de qualquer coisa, leiamos o texto de Efésios 4:10-15, que diz:
“Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus,
para cumprir todas as coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao
conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa
de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por
todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam
fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo
naquele que é a cabeça, Cristo.”
Meu espanto está nas substituições sutis, ou nem tanto, que são feitas
na intenção de se justificar algo que definitivamente não está indicado no
texto: o slide dá a entender que a igreja com propósitos vai nos preparar para
um estado tal qual o descrito (maturidade espiritual, prevenção contra falsas
doutrinas, etc.), porém os versículos anteriores falam claramente que “o
aperfeiçoamento dos santos (que somos nós) até que todos cheguem à unidade da
fé conforme Cristo” será a forma de amadurecer espiritualmente.
Minha lista de críticas aos métodos utilizados por Rick Warren é
extensa, porém fica marcante que os textos grifados em vermelho sejam
justamente as palavras “propósito” e “cresçamos”, ao invés de “Cristo”! Em
primeiro lugar, o termo “propósito” foi colocado intencionalmente onde não
estava no original e, mesmo justificado pelas regras da língua portuguesa, já
indica alguma intenção… no mínimo subliminar. Será que agora os métodos
psicológicos são as ferramentas de Deus?
·
A Psicologia está centrada
no homem; a Palavra de Deus está centrada em Deus.
·
O objetivo da Psicologia é
a felicidade do indivíduo; a Palavra de Deus não garante felicidade a nenhum
indivíduo.
·
A Psicologia ensina que
todas as coisas na vida (incluindo Deus) tornam-se meios para um fim — a
felicidade da pessoa.
·
A Psicologia ensina que a
natureza humana é basicamente boa; a Bíblia ensina exatamente o contrário.
·
A Psicologia ensina o
relativismo, as respostas estão dentro de você mesmo, e as soluções para os
problemas estão no passado — Novamente, a Palavra de Deus rejeita tudo isso.
Não obstante tal choque de razões, creio que agora seria o momento de
citar algumas das outras características absurdas da chamada “Igreja com
Propósitos”.
Vejamos um trecho do estudo de Mac Dominick sobre o pragmatismo na
igreja…
IGREJA COM
PROPÓSITOS
Este
termo foi inventado pelo pastor Rick Warren, da Igreja da Comunidade de
Saddleback, no sul de Los Angeles. A idéia é que uma igreja deve colocar sua
visão nos seus propósitos finais e estruturar sua metodologia de modo a
alcançar esses propósitos. O termo “dirigida por propósito” é sinônimo de
“orientada para resultados”. Em seu livro “Uma Igreja com Propósitos”, Rick
Warren relaciona o processo de se tornar “dirigida por propósitos”. Para os
objetivos desta análise, a palavra “resultado” foi substituída por “propósito”.
O significado é o mesmo. O plano dele é como segue:
1.
Defina o resultado
2.
Exija o resultado
3.
Baseie as atividades de
modo a alcançar o resultado
4.
Inicie o programa para
alcançar o resultado. O resultado nesse caso é o crescimento exponencial da
igreja.
De
acordo com os “especialistas em crescimento de igrejas”, a população (de um
modo geral) está se tornando cada vez mais espiritual. A nova espiritualidade
não é a espiritualidade coerente com os ensinos da Palavra de Deus, mas é mais
uma busca interior por felicidade, realização verdadeira e propósito na vida.
Os mesmos especialistas também revelam que o homem perdido sem-igreja mediano
demonstra interesse e amizade em relação a Deus, mas sente-se repelido pela
igreja. Esse indivíduo então está buscando um caminho para Deus, mas quer
evitar a igreja tradicional. Ele acha que a igreja é irrelevante e fracassou em
atender às necessidades de seus membros. Ele acha que a igreja não pode
relacionar-se com ele onde vive e, portanto, não consegue se sentir à vontade
em um culto da igreja. A despeito de todas as inibições criadas pela igreja,
ele ainda está buscando a Deus e a paz interior resultante que encontrar Deus
trará à sua vida.
As
conclusões naturais obtidas a partir desse dilema é uma condenação da igreja
por aqueles que desejam um novo paradigma. Eles defendem a idéia que a falha
não é do indivíduo que está buscando a Deus, e certamente não é do próprio
Deus. Portanto, de acordo com os proponentes do novo paradigma, o velho modo de
“fazer igreja” não serve para o homem moderno. O homem moderno está buscando
realização e felicidade, mas aqueles que são rígidos no modo antigo de pensar
estão, na realidade, condenando a cultura atual por meio de uma completa falta
de identidade e empatia com o mundo desse homem moderno. Assim, há realmente a
necessidade de um novo paradigma — um novo modo de pensar, e um novo modo de
“fazer igreja” que seja sensível às necessidades daqueles que buscam a Deus. A
igreja precisa se tornar “sensível aos que procuram”, ou então esta geração
atual será perdida.
Em
muitos modos, a igreja têm realmente falhado. A igreja falhou em cumprir a
Grande Comissão. A igreja falhou em viver uma vida separada ao ponto em que os
perdidos não podem ver Jesus Cristo exemplificado nas ações diárias da igreja.
A igreja falhou em não estabelecer um padrão elevado de piedade. A igreja
tornou-se tão distraída e enamorada com o mundo que é muito difícil discernir a
maioria dos cristãos de seus vizinhos incrédulos. Os membros da igreja estão
tão ocupados com seu emprego, com a família e com as atividades de lazer que
não têm mais tempo para o Senhor. Sim, a igreja precisa mudar, mas essa mudança
está longe de se tornar “sensível aos que procuram”. Os membros da igreja de
Jesus Cristo precisam obedecer as Escrituras. Em particular, os membros da
igreja precisam obedecer ao mandamento “… sede santos porque eu sou santo.”
Esse é o mandamento mais repetido em toda a Palavra de Deus, porém a maioria
dos cristãos o ignora completamente. A santidade pessoal é exemplificada por
uma vida correta e separada. Se esse é o caso, os cristãos não devem se tornar
como o mundo para ganhar o mundo. A abordagem “sensível aos que procuram” exige
que o buscador sinta-se confortável quando vier à igreja. Como a igreja garante
que o buscador sinta-se confortável?
1.
A igreja não deve ter
bancos no estilo tradicional, nem parecer ser muito formal.
2.
Os buscadores são
incentivados a “virem como estão”. Não há um código específico de traje
apropriado e o uso de roupas casuais é incentivado.
3.
Os trajes da equipe
ministerial e do pastor também devem ser casuais.
4.
O recinto deve incluir os
recursos mais modernos em vídeo e áudio.
5.
Produções dramáticas com
temas espirituais devem ser usadas para sutilmente transmitir uma mensagem
religiosa ou de conteúdo moral.
6.
A pregação sobre o pecado,
sobre mortificar o velho homem e sobre examinar a si mesmo realmente deixaria o
buscador em desconforto. Portanto, os sermões devem ser voltados mais para as
aplicações da vida, a redução do estresse, em atender às necessidades sentidas,
os relacionamentos diários, a educação de filhos, a auto-estima, e outros
assuntos baseados mais na psicologia moderna do que no “Assim diz o SENHOR”.
7.
A música tocada no serviço
deve imitar o estilo musical que o buscador ouve diariamente em sua estação de
rádio preferida.
8.
A Bíblia na tradução de
João Ferreira de Almeida, versão Corrigida e Fiel (Bíblia da Reforma,
equivalente à King James Version, em inglês) não deve ser usada, mas uma das
várias traduções modernas, que deixarão o buscador mais à vontade.
9.
O buscador precisa ver que
a mensagem da igreja é relevante para sua vida diária.
10.
O buscador precisa ver que
o cristianismo funciona e que lhe trará resultados imediatos.
A
verdade da questão é que as respostas procuradas pelo buscador não são as
respostas fornecidas na Palavra de Deus. Deus nunca promete ao crente (muito
menos ao homem perdido) que ele viverá em perpétua felicidade. Sim, o crente
recebe os frutos da alegria, mas a verdadeira alegria e felicidade humanas não
são termos sinônimos. De uma perspectiva humana, a felicidade e realização que
o buscador deseja tão fervorosamente podem não ter nenhuma conexão com Deus ou
até com a realidade. Portanto, o único método pelo qual a igreja pode atender
às necessidades percebidas do buscador é pela manipulação emocional e/ou pelo
engano. Em outras palavras, a igreja precisa se conformar à cultura do buscador
para tornar-se “sensível aos que procuram”. A Palavra de Deus, porém, diz, “..
não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto,
qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago
4:4). Essa advertência das Escrituras exige a abordagem exatamente oposta para
o ministério e, quando uma igreja desafia os mandamentos das Escrituras, essa
igreja está simplesmente brincando com o jogo de igreja.
EVANGELISMO
Os
proponentes da Igreja do Novo Paradigma não estão totalmente errados quando dão
uma alta prioridade à Grande Comissão. Como afirmado anteriormente, a igreja
falhou na obediência a essa ordem do próprio Jesus Cristo. Entretanto, aqueles
que estão envolvidos na Religião Orientada Para Resultados não compreendem os
verdadeiros propósitos e missão da igreja. A missão da igreja é a edificação e
capacitação dos santos, alcançar os perdidos para Cristo e, subseqüentemente,
nutrir esses convertidos para que alcancem a maturidade espiritual. O terceiro
ponto dessa afirmação de missão poderia ser resumido como “evangelismo”. O
centro da questão vem à luz quando se percebe que a Igreja do Novo Paradigma
transforma toda a missão da igreja em evangelismo e subjuga a edificação e a
capacitação ao ponto da virtual eliminação. O ingrediente que falta nessa
fórmula é a distinção da missão da “igreja reunida” e a missão da igreja
“dispersa”. Depois da santificação, a missão principal da igreja dispersa é o
evangelismo: levar outros a Cristo. Entretanto, o evangelismo deve receber uma
baixa prioridade quando a igreja está reunida. A igreja NÃO está ali reunida
para o propósito de evangelismo, mas para a edificação, capacitação e
fortalecimento de seus membros. Isso torna a afirmação de Rick Warren de “uma
igreja para os sem-igreja” um total oximoro. Qualquer organização para os
sem-igreja não é uma igreja. Qualquer pastor que afirme liderar tal “igreja” está
simplesmente brincando com o jogo da igreja.
PRAGMATISMO
O
pragmatismo cristão é a filosofia que declara, “Se algo funciona, está
funcionando como resultado direto das bênçãos de Deus.” Embora esse seja
certamente o caso em muitas situações, uma afirmação ampla e genérica desse
tipo simplesmente não é verdade. Se fôssemos assumir que esse é o caso, a
Igreja Católica Romana e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
(os Mórmons) seriam as duas organizações mais abençoadas na face da Terra.
O
teste do ácido para qualquer organização religiosa é muito simples: Essa
organização ou metodologia obedece aos princípios da Palavra de Deus? Se esses
princípios são violados, o sucesso, crescimento, ou qualquer outra medida
positiva da perspectiva humana são resultantes de outra fonte que não a “mão de
Deus” nesses assim chamados ministérios.
RELEVÂNCIA
CULTURAL
A
Igreja de Jesus Cristo é definida e recebe suas instruções da Palavra escrita
de Deus. A Bíblia é muito concisa em sua avaliação que a igreja deve se manter
separada e não contaminada pelo mundo:
“Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o
mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre.” (I João 2:15-17)
“E
não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do
vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)
“A
religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” (Tiago 1:27)
Essas
e outras escrituras traçam uma linha distinta de demarcação entre o cristão e o
mundo. É esse argumento que levanta bandeiras vermelhas ao avaliar as
estratégias de marketing do movimento do novo paradigma. Na busca por
relevância para alcançar o resultado do crescimento da igreja, a cultura do
mundo começou a definir a igreja em lugar da Palavra de Deus.
A
maioria da população tem a cultura do “EU PRIMEIRO” e suas principais questões
são: “O que há para mim?” “Como posso me sentir melhor comigo mesmo?”… Tudo o
que importa sou EU e ninguém mais.
Ao
dizer que a cultura está preocupada com o EU, existem diversos aspectos de
agradar o EU que precisam ser explorados. Um membro da geração do EU pode ser
alcançado por meio dos seguintes métodos:
·
Solucione os problemas
dele atendendo às suas necessidades.
·
Ajude-o a alcançar seus objetivos
·
Construa seu ego
·
Mantenha-o entretido e
satisfeito
Os
três primeiros aspectos podem ser tratados utilizando-se os instrumentos da
psicologia moderna ou por meio da manipulação emocional. O aspecto do
entretenimento e da satisfação é o mais fácil, por que existem muitos
indivíduos talentosos que estão muito ansiosos para exibir seus talentos para
qualquer público que esteja disposto a assistir. Adaptar o equilíbrio desses
métodos nos serviços da igreja requer somente uma mudança na filosofia da verdadeira
adoração para a gratificação da carne. Subitamente, Deus torna-se mais uma
“fada madrinha dos contos infantis” que o Deus das Escrituras. Como resultado,
a igreja torna-se subitamente relevante para o indivíduo dessa geração do EU,
mas será se essa igreja continua sendo uma verdadeira igreja? Evidentemente,
tais questionamentos no novo paradigma de hoje são irrelevantes, pois o
resultado já foi alcançado — o crescimento exponencial da igreja.
CRESCIMENTO
Essa
promoção está tentando vender a idéia que chegou o tempo de pular para dentro
do vagão e provocar uma transição em sua igreja de uma posição tradicional e
separada para o modelo do novo paradigma porque Deus está abençoando o novo
sonho de como fazer igreja com números que estão levando países inteiros ao
reavivamento! Agora, quem em sã consciência não quereria receber esse
derramamento das bênçãos de Deus? Qual cristão não gostaria de ver milhares de
pessoas convertendo-se a Cristo? Qual pastor não gostaria que sua igreja fosse
a maior igreja na história do cristianismo? Além de fazer essas perguntas,
deve-se também ser muito cuidadoso para não ser nem um pouquinho crítico desses
sucessos porque tal espírito crítico seria o mesmo que criticar o derramamento
do Espírito de Deus.
Além
disso, se alguém conclui que CRESCIMENTO = BÊNÇÃO, a lógica diz que NENHUM
CRESCIMENTO = MALDIÇÃO. Com base na conclusão que “nenhum crescimento é o
resultado da maldição de Deus sobre um dado ministério”, existem milhares de
pastores e missionários que trabalharam fielmente durante anos sem ver frutos
visíveis de seus esforços que foram, sem dúvida, amaldiçoados por Deus. Poderia
essa possibilidade ser verdadeira? Se o crescimento numérico deve ser a base
para as bênçãos de Deus, não seriam a Igreja Católica Romana e a Igreja Mórmon
as duas organizações mais abençoadas que “usam” o nome de Jesus Cristo na face
da Terra? Isso significa que qualquer pequeno trabalho é um triste fracasso à
vista de Deus? Todos devem brincar de igreja com os números ou arriscar
incorrer na maldição de Deus? Todos os verdadeiros pastores tementes a Deus
estão sonhando esse “novo sonho”? De onde esse novo sonho se originou? Esse
“sonho” é o resultado da liderança do Espírito Santo de Deus, ou é a tática de
marketing que alguém esquematizou para obter um determinado resultado?
Se os cristãos avaliassem
honestamente o Jogo da Igreja do Novo Paradigma com base unicamente na Palavra
de Deus, ninguém mais participaria nesse passatempo frívolo. O ponto crucial do
problema reside no fato que a vasta maioria dos cristãos professos prefere
seguir a visão que algum homem teve do que aquilo que Deus falou de forma bem
clara em Sua Palavra.
Há muitas, mas MUITAS outras coisas envolvidas e criticáveis nesse
estudo que tive o privilégio de revisar e diagramar, porém este estudo se
tornou uma apostila de mais de 120 páginas que não posso oferecer gratuitamente
a todos., porém está disponível em sua versão on-line no site http://www.espada.eti.br.
Analisemos apenas mais dois slides, que são também bastante chocantes.
Este é o último slide da apresentação, e ao verificar o texto original
de I Pedro 1:17, fiquei chocado com os absurdos que esta simplificação posta em slide
expôs. Vejamos o texto:
“E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga
segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa
peregrinação”.
Notem que o texto original dá ênfase:
1 – Que Deus não julga as pessoas por serem o que são (brancas, pretas,
amarelas, roxas…), mas sim por suas obras (consulta aos mortos, magia,
espiritismo, homossexualismo, pensamentos impuros…).
2 – Que devemos ANDAR EM TEMOR! Ou seja, termos reverência e respeito a
tudo o que está relacionado a Deus, Pai Eterno… inclusive sua palavra. E que
esse temor deve durar por todo o tempo de nossa vida.
Agora… o que nos diz o texto do slide?
NADA!! Simplesmente uma frase que pode ser usada por qualquer espírita
ou até mesmo um macumbeiro, pois chamar Deus de pai simplesmente não quer dizer
nada! Quantas vezes já não ouvimos a frase “Deus é pai” saindo da boca de
pessoas tão distantes da verdade? Simplesmente esta frase posta no slide é
TOTALMENTE ECUMÊNICA e até com forte cunho espírita… essa história do termo
“residentes temporários” estar grifado em vermelho fica mais para reencarnação
do que para temor a Deus!
E ainda houve um slide no meio de tudo que mostra a total confusão que
impera na mente dessas pessoas: afinal eles precisam dessa tal igreja com propósitos para responder às
perguntas que a sociedade está fazendo, porém se esquecem do texto de II Timóteo 3:16, onde está escrito:
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar,
para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça.”
Se um pastor não sabe utilizar-se da palavra de Deus para responder as
perguntas da sociedade… me perdoe, mas não serve para ser pastor.
E agora avaliem meu sentimento de culpa ao ver que quase ninguém da
igreja se deu ao trabalho de ir verificar na Bíblia a veracidade dos textos… simplesmente
porque criam no que estava apresentado pelo data show! Isso mesmo! A igreja não
segue o exemplo de comportamento dos bereanos citados em Atos 17:11:
“Ora estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica,
porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se
estas coisas eram assim.”
Mas simplesmente esquecem o que foi recomendado em Colossenses 2:8:
“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de
filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos do mundo, e não seguindo Cristo.”
Muitas outras coisas me incomodaram durante o culto, como a citação da
assinatura de um pacto de membresia (contrariando Tiago 5:12 — Não me
importa se essas assinaturas funcionaram para alguém… simplesmente foi “rhema”
para esta pessoa e não tem amparo bíblico! No dia em que eu for obrigado a
isso, infelizmente terei de deixar o rol de membros da igreja), menções sutis
de um pastor que tomou decisões sem levar a uma sessão administrativa (de boas
intenções o inferno está cheio!), mas o pior de tudo é que no final, com tudo
isso pesando em meu coração, tive de ouvir o vice-presidente da igreja
afirmando com toda a felicidade: “ISSO É A IGREJA COM PROPÓSITOS! O DATA SHOW
FAZ PARTE DA IGREJA COM PROPÓSITOS!”… Que dor! Que peso! Eu fui responsável
pelo engodo de muitos ali presentes sabendo da verdade! A culpa também foi
minha!!!
E essa foi a mensagem pregada na manhã do domingo onde se comemorava o
aniversário de minha igreja… temo pelos anos que virão caso este plano
questionável seja implantado.
E é assim, através desse texto que tento apresentar minhas desculpas…
mostrar algo que sei e tenho certeza. Não me importa se operar o Data show torna
o culto mais belo: eu não quero nunca mais ser culpado pela promulgação de
idéias falsamente bíblicas, pois sei muito bem que “…cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14:12).
Segundo Oséias 4:6, o que faz o povo de Deus perecer é a falta de
conhecimento, fato este comprovado pelo próprio Jesus Cristo em Mateus
22:29. Meu compromisso e minha responsabilidade com Deus tem sido o estudo
dessa palavra de forma correta, buscando aplicar tanto a exegética quanto a
hermenêutica e não me deixando levar por fragmentos de texto retirados para
justificar idéias incomprovadas.
Não sei se você, leitor, encontrará sentido nesse documento, porém aqui
está registrado meu sentimento de preocupação e culpa, assim como meu alerta
para que esteja atento a uma doutrina que contém bases estranhas e métodos
antibíblicos para atingir uma finalidade questionável.
Que Deus nos proteja e abençoe.
Teóphilo Noturno