sexta-feira, 30 de setembro de 2016


Chá de mastruz – Benefícios e propriedades

Por Stefanie Mouret em Plantas

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Boa parte da população brasileira – em especial os que residem ou já residiram próximos ao interior ou em locais com diversas plantações – conhece e até mesmo já consumiu mastruz ou mentruz. Originária do México, a erva é utilizada há séculos e conhecida pelos astecas como “erva santa”, já que era considerado um alimento medicinal e que poderia ser consumida em diversos cardápios. É chamada também de erva deSanta Maria, ambrósia, lombrigueira e quenopódio. Seu nome científico éChenopodium ambrosioides.
O mastruz foi rapidamente disseminado no Brasil, pois cresce de forma espontânea em quase todos os tipos de solo. Seu cheiro é forte e por vezes amargo, as folhas são verde escuras, alongadas, mas em diferentes tamanhos, e suas flores são esbranquiçadas e bem pequenas. A planta pode medir até 70 cm de comprimento, e é facilmente encontrada em farmácias naturais e casas de produtos naturais, além de diversas plantações.
Propriedades e benefícios
O mastruz possui propriedades anti-inflamatórias, vermífugas, expectorantes, cicatrizantes, sedativas, aromáticas, digestivas, abortivas, antimicrobianas, antifúngicas e antivirais. Constituída de grandes quantias de cálcio, fósforo, ferro, potássio, zinco e vitaminas de complexo A, B e C, a planta atua diretamente na constipação intestinal, recuperação de feridas e coceiras. Através dela é possível eliminar do organismo parasitas e vermes, além de tratar a amenorréia, cólicas estomacais e flatulências. O mastruz também costuma ser um eficiente auxiliar no tratamento de malária.
Quem possui problemas respiratórios, fuma já por muitos anos ou sofre de asma, congestão nasal ou bronquite, também é beneficiado pelo consumo da planta, que limpa do corpo o muco e catarro, facilitando que o sistema respiratório funcione adequadamente. O mastruz ainda é poderoso aliado para melhorar as defesas do organismo, pois eleva a imunidade e evita assim diversas futuras doenças e infecções. Muitos hoje adultos devem se lembrar de, enquanto crianças, tomarem vitamina de mastruz feitas por seus avós. Se você possui dificuldade em contrair doenças, agradeça a eles! Até mesmo no tratamento de doenças crônicas, osteoporose, anemia e Mal de Alzheimer, o mastruz é importante e pode fazer toda a diferença no quesito qualidade e tempo de tratamento.

Receitas para consumir mastruz

O mastruz pode ser consumido como chá ou como vitamina, e é possível utilizar tanto suas folhas como suas flores. A receita para fazer o chá é simples: basta levar ao fogo um litro de água, juntamente com 3 ramos de mastruz. Deixe ferver e então abafe. Quando a temperatura estiver agradável, basta adoçar, coar e consumir.
Já para preparar a vitamina de mastruz, bata no liquidificador um litro de leite, 3 ramos da planta e açúcar a gosto.

Fique atento

É importante frisar que por suas propriedades abortivas, o mastruz é contra indicado para gestantes e crianças com menos de dois anos de idade por sua toxicidade. Os efeitos colaterais já relatados da planta incluem dor de cabeça, aborto, vômito, danos ao fígado, irritação na pele e mucosas, transtornos visuais e náuseas. No entanto, estes efeitos só são causados em casos de consumo exagerado.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016



A Esposa Perfeita



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Eram noivos e se preparavam para o casamento, quando o pai da noiva descobriu que o rapaz era dado ao jogo decidiu se opor à realização do matrimônio, a pretexto de que o homem que se dá ao vício do jogo, jamais seria um bom marido. 

Contudo, a jovem obstinada decidiu se casar, assim mesmo. E conseguiu, fazendo valer a sua vontade, vencendo a resistência do pai. 

Nos primeiros dias de vida conjugal, o rapaz se portou como um marido ideal. Entretanto, com o passar dos dias, sentia crescer em si cada vez mais o desejo de voltar à mesa de jogo. 

Certa noite, incapaz de resistir, retornou ao convívio de seus antigos companheiros. Em casa, a jovem tomou um bordado e ficou aguardando. Embora ocupada com o trabalho manual, tinha os olhos presos ao relógio. As horas pareciam passar cada vez mais lentas. Já era alta madrugada, quando o marido chegou. 

Nem disfarçou a sua irritação, por surpreender a companheira ainda acordada. Logo imaginou que ela o esperava para censurar a sua conduta. Quando ele a interrogou sobre o que fazia àquela hora ela, com ternura e bondade na voz, disse que estava tão envolvida com seu bordado, que nem se dera conta da hora avançada. Sem dar maior importância à ocorrência, ela se foi deitar. 

No dia seguinte, quando ele retornou ainda mais tarde da casa de jogos, a encontrou outra vez a esperá-lo. 
- Outra vez acordada?, perguntou ele quase colérico. 

- Não quis que fosse se deitar, sem que antes fizesse um lanche. Preparei torradas, chá quentinho. Espero que você goste. 

E, sem perguntar ao marido onde estivera e o que fizera até aquela hora, a esposa o beijou carinhosamente e se recolheu ao leito. 

Na terceira noite, ela o esperou com um bolo delicioso, cuja receita lhe fora ensinada pela vizinha. Antes mesmo que o marido dissesse qualquer coisa, ela se prendeu ao pescoço dele, abraçou-o e pediu que provasse da nova delícia. 

E assim, todas as madrugadas, a ocorrência se repetiu. 

O marido começou a se preocupar na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa, que o esperava, pacientemente, como um anjo da paz. 

Começou a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo de indiferença e quase repulsa por tudo quanto o rodeava. O que ele tinha em casa era uma mulher que o esperava, toda madrugada, para o abraçar, dar carinho, uma mulher que o amava e ele, ali, naquele lugar? Aos poucos, foi se tornando mais forte aquele incômodo. 

Finalmente, um dia, de olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, o rapaz se levantou de repente da mesa de jogo. Como se cedesse a um impulso quase automático, retirou-se, para nunca mais voltar. 

* * * 

Nos dias de hoje, é bem comum os casais optarem por se separar, até por motivos quase ingênuos. Poucas criaturas decidem lutar para harmonizar as diferenças, superar os problemas, em nome do amor, a fim de que a relação matrimonial se solidifique. Contudo, quando o amor se expressa, todo o panorama se modifica. 






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O Último Dia



Naquela manhã, sentiu vontade de dormir um pouco mais. Estava cansado, tinha deitado muito tarde e não havia dormido bem. Mas logo abandonou a idéia de ficar um pouco mais na cama, e levantou-se, pensando nas muitas coisas que precisava fazer na empresa. 

Lavou o rosto e fez a barba correndo, automaticamente. Não prestou atenção no rosto cansado e nem nas olheiras escuras, resultado de noites maldormidas. 

Engoliu o café e saiu resmungando baixinho um "bom dia", sem muita convicção. Desprezou os lábios da esposa, que se ofereciam para um beijo de despedida. Não entendia porque ela se queixava tanto da ausência dele e vivia pedindo mais tempo para ficarem juntos. 

Ele estava conseguindo manter o elevado padrão de vida da família, não estava? Isso não bastava? 

Entrou no carro e saiu. Pegou o telefone celular e ligou para sua filha. Sorriu quando soube que o netinho havia dado os primeiros passos. Ficou sério quando a filha lembrou-o de que há tempos ele não aparecia para ver o neto e o convidou para almoçar. 

Ele relutou bastante: sabia que iria gostar muito de estar com o neto. Mas não podia, naquele dia, sair da empresa. Quem sabe no próximo final de semana? 

Chegou à empresa e mal cumprimentou as pessoas. A agenda estava lotada, e era muito importante começar logo a atender seus compromissos, pois tinha plena convicção de que pessoas de valor não desperdiçam seu tempo com conversa fiada. 

Na hora do almoço, pediu à secretária para trazer um sanduíche e um refrigerante diet. O colesterol estava alto, precisava fazer um check-up, mas isso ficaria para o mês seguinte. Começou a comer enquanto lia alguns papéis que usaria na reunião da tarde. Nem observou que tipo de lanche estava mastigando. 

Enquanto relacionava os telefonemas que deveria dar, sentiu um pouco de tontura, a vista embaçou. Lembrou-se do médico advertindo-o, alguns dias antes, quando tivera os mesmos sintomas, de que estava na hora de fazer um check-up. 

Mas ele logo concluiu que era um mal estar passageiro, que seria resolvido com um café forte, sem açúcar. Terminado o "almoço", escovou os dentes e voltou ao trabalho. "a vida continua", pensou. 

Saiu para uma reunião já meio atrasado. Não esperou o elevador. Desceu as escadas pulando os degraus de dois em dois. Entrou no carro, deu a partida e, quando ia engatar a marcha, sentiu de novo o mal estar e agora com uma dor forte no peito. 

O ar começou a faltar... A dor foi aumentando... O carro desapareceu... Os outros carros também... Os pilares, as paredes, a porta, a claridade da rua, as luzes do teto, tudo foi sumindo diante de seus olhos, ao mesmo tempo que surgiam cenas de um filme que ele conhecia bem. 

A esposa, o netinho, a filha e, uma após outra, todas as pessoas de que mais gostava. Por que mesmo não tinha ido almoçar com a filha e o neto? O que a esposa tinha dito à porta de casa quando ele estava saindo, hoje de manhã? 

A dor no peito persistia, mas agora outra dor começava a perturbá-lo: a do arrependimento. Ele não conseguia distinguir qual era a mais forte: a da coronária entupida ou a de sua alma rasgando. 

Escutou o barulho de alguma coisa quebrando dentro de seu coração, e de seus olhos escorreram lágrimas silenciosas... Queria viver, queria ter mais uma chance, queria voltar para casa e beijar a esposa, abraçar a filha, brincar com o neto... 

Queria... Queria... Mas não havia mais tempo. 

"Aquele era seu último dia de vida, mas ele ainda não sabia disso." 




A Lenda do Perdão


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Conta uma antiga lenda que existia uma cidade onde a palavra perdão nunca existiu. 

As pessoas eram, portanto, donas da verdade, arrogantes e sofriam de uma terrível moléstia, complexo de superioridade. 

A convivência era bastante complicada porque todos se consideravam perfeitos e com isso não enxergavam, nem admitiam seus defeitos, erros e equívocos. 

Nessa cidade reinava a vaidade, a competição e a inimizade, por mais que elas andassem disfarçadas por detrás de sorrisos e manifestações de afeto. 

Um dia uma mulher, vinda de outra cidade, foi morar lá. 

Todos as tardes ia até a padaria e na volta sempre passava por uma praça onde um grupo de rapazes jogava bola. 

Seu trajeto seria bem menor se ela cruzasse a praça, mas para não atrapalhar o jogo deles ela fazia o seu caminho contornando a praça. Claro que nenhum deles nunca percebeu ou deu valor à sua gentileza. Naquela cidade muito poucos entendiam desse assunto. 

Certo dia essa mulher estava cheia de preocupações, com a cabeça bastante perturbada e na volta da padaria não se deu conta do caminho que tomou e atravessou a praça no exato momento em que um dos rapazes ia fazer um gol. O jogo parou, todos se olharam e o tal jovem, muito bravo, perguntou à ela: 

A senhora não está vendo o que fez? Que falta de atenção, até mesmo de consideração! Custava dar a volta na praça? 

E ela respondeu: 
- Há cerca de seis meses que todos os dias eu dou a volta na praça para não atrapalhar o jogo de vocês. Hoje, no entanto, eu confesso que me distraí. Estava muito envolvida com meus pensamentos. Peço a todos vocês perdão por isso. 

Ninguém entendeu o que ela quis dizer e um dos meninos perguntou: 
- Perdão? O que é perdão? Nunca ouvimos essa palavra. 

- Perdão é um ato de humildade, embora alguns julguem ser um ato de humilhação. 

Os meninos foram para suas casas muito pensativos e contaram a seus pais sobre o perdão. 

Errar, cometer injustiças, tomar atitudes precipitadas que podem prejudicar e magoar terceiros são coisas das quais todo ser humano está sujeito. 

Reconhecer seus erros e pedir perdão, no entanto, nem todos os seres humanos são capazes. Para isso é necessária uma enorme dose de humildade, um coração sensato e um espírito elevado. 

Só os grandes sabem pedir perdão! 

Dizem que aquela cidade anda muito diferente, mais alegre, as pessoas mais amigas, menos rivalidades e que todos além de terem aprendido a pedir perdão, agora também estão aprendendo a perdoar. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor


A felicidade de qualquer nação depende, fundamentalmente, do reconhecimento da soberania de Deus e a influência que Ele passa a exercer sobre as pessoas, sobre as famílias e todas as instituições. Quando se buscam deuses falsos ou quando não se cultua a nenhum deus, quando a Palavra de Deus e as suas Leis não têm lugar de adoração e destaque na vida da sociedade, ela perece entregue aos vícios, à depressão, à infelicidade.
Uma nação se constrói no alicerce da fé. Cada cidadão bem orientado, com uma base sólida de educação, vai ajoelhar-se, aos pés de Cristo, buscando a comunhão com Deus. Porque “Os céus manifestam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 19:1). Ninguém é insensível à majestade divina, quando lhe apontam para a grandeza do Seu poder.
Feliz é a nação que “instrui ao menino no caminho em que deve andar” (Pv 22:6).
Feliz é a nação, onde a juventude “Lembra-se do Seu criador nos dias da sua mocidade” (Ec 12:1).
Feliz é a nação, onde os “príncipes ensinam aos anciãos a sabedoria…” (Sl105:22).
Feliz é a nação que atende aos profetas de Deus, pois suas palavras são “…como uma candeia que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva surja em vossos corações” (II Pe 1:19).
Feliz é o cidadão que reclina sua fronte nas sagradas escrituras, porque “seca-se a erva e murcha a flor, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40:8).
Feliz é o homem que “anda pelo caminho da retidão, no meio das veredas da justiça” (Pv 8:20).
A humanidade clama pela presença do Deus vivo, fiel, justo, capaz de transformar as tristezas desta civilização decadente numa geração eleita, confiante. Cada família pode se apresentar como agência do bem, responsável por seus filhos, vigilantes da paz.
O homem foi criado para viver feliz, serenamente, entre as flores do imenso jardim do Universo – único verso divino, ritmado na cadência de vozes angelicais e nas bênçãos que o Pai das luzes derrama sobre seus filhos.
Feliz é a nação que se esforça para caminhar debaixo da potente mão do Senhor e reconhecer que, desde a antiguidade, “O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz” (Is 9:2).
Por: Ivone Boechat


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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

SUICÍDIO: FALAR É A MELHOR SOLUÇÃO

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O suicídio é um tema tabu no meio evangélico. Cercado de muito mistério e de uma ignorância maior ainda, temos tido a oportunidade de ouvir enormes absurdos quando alguém comete suicídio, especialmente se tal pessoa era crente, se ela foi salva e etc. O material abaixo foi publicado pelo site da Editora Fiel e é de autoria de Kevin DeYoung e desejamos compartilhar o mesmo com todos os nossos leitores, porque apresenta uma visão equilibrada e bíblica do ato de tirar a própria vida que pode ser motivo de iniciar uma discussão mais aprofundada sobre o tema.

SUICÍDIO É UM PECADO, MAS NÃO O PECADO IMPERDOÁVEL

A notícia da morte de uma pessoa por meio de suicídio não é um tema com que lidamos facilmente.  Isso é verdade especialmente para o incontável número de cristãos que se acham de luto por pessoas queridas ou que têm lutado, eles mesmos, com pensamentos suicidas. Não é surpreendente que, diante dessa notícia de alcance global, a internet fervilha de comentários e críticas, pontos e contrapontos. Alguns deles úteis, outros nem tanto.

Sem tentar examinar tudo o que foi dito, e sem pretender dizer tudo o que precisa ser dito acerca de um assunto tão difícil, pensei que poderia ser útil tentar dissipar um pouco a fumaça e apontar quatro breves afirmações. Talvez elas possam nos ajudar a pensar teologicamente e pastoralmente sobre o suicídio.

1. O assunto do suicídio deve ser abordado de modo sensível e compassivo.

Nós precisamos saber o tempo e o lugar. Este é um post de blog direcionado a uma audiência genérica, então eu não acredito que seja insensível dar um passo atrás e analisar “quatro afirmações” sobre o suicídio. Mas eu não apresentaria quatro pontos como estes a alguém de luto pela morte de um amigo ou a alguém que estivesse pensando em suicídio. Tais situações exigem abraços, lágrimas, perguntar, ouvir, contato pessoal e oração — coisas que são impossíveis ou praticamente impossíveis de fazer em um post de blog. Dito isso, mesmo em um artigo genérico, dirigido a ninguém em particular, devemos ter em mente que qualquer um pode estar lendo. O cristão sábio está sempre cônscio de que as pessoas ouvem com diferentes ouvidos. Para alguns, este tópico é uma interessante questão teológica. Outros estão pensando em como ministrar eficazmente quando a necessidade surgir. E, para outros, a mera menção ao suicídio lhes causa no íntimo uma dor indescritível.

2. Suicídio é complicado e ocorre por diferentes razões.

Acredito que muitas pessoas se irritaram com as respostas críticas à morte de Robin Williams porque as críticas falharam em compreender – ou pelo menos pareceram falhar em compreender — as diferenças morais que envolvem os diferentes contextos de suicídio. Certamente, alguém que tira a própria vida após vinte anos de lutas recorrentes contra a depressão merece mais simpatia do que o homem que perde tudo no mercado de ações e pula do 75º andar em um momento de crise financeira. Há uma diferença moral do indivíduo que é pego em adultério e — cheio de vergonha e sem disposição de enfrentar o seu pecado — comete suicídio em comparação ao indivíduo que descobre ter sido traído e, sentindo que sua vida não pode mais seguir em frente, decide dar-lhe um fim. O indivíduo que dispara contra crianças e então se mata é egoísta, maligno e centenas de outras coisas. O indivíduo que tira a sua própria vida em meio aos espasmos de uma depressão que é indesejada, impertinente e aparentemente interminável será visto de modo muito diferente. A nossa última ação — mesmo sendo pecaminosa — não define a totalidade da nossa existência. Nós estamos certos em lembrar tudo o que era bom e verdadeiro naqueles que sucumbem à tentação da autodestruição.

3. Suicídio é um pecado.

Certamente, não seria com isso que eu começaria no aconselhamento pastoral, no cuidado pastoral ou ao conduzir um funeral, mas é um aspecto deste assunto difícil que não podemos evitar. Enquanto pode haver situações extremas em que um suicida claramente perdeu o controle de todas as suas faculdades (isto é, demência, traumatismo craniano), na grande maioria dos casos estamos certos em ver o suicídio como uma escolha moralmente culpável e moralmente condenável. Por séculos, a igreja tem consistentemente visto o suicídio como uma violação do sexto mandamento. Assassinato de si mesmo ainda é assassinato. Como John Frame observa no livro “A Doutrina da vida cristã”, há cinco exemplos de suicídio na Escritura — Juízes 9.52-54; 1Samuel 31.3-5; 2 Samuel 17.23; 1Reis 16.18-19; Mateus 27.3-5 — e todos eles estão em um contexto de vergonha e derrota. Do mesmo modo, quando personagens mais nobres pedem a Deus para tirar suas vidas, Deus nunca lhes atende — Números 11.12-15; 1Reis 19.4; Jonas 4.1-11. Nos casos de Jonas e Jó, Deus claramente vê suas petições autodestrutivas de modo desfavorável.

Embora nós desejemos ter empatia por aqueles que sofrem — seja pelo arrependimento, depressão, doença ou qualquer outra enfermidade persistente —, certamente é um raciocínio ético pobre pensar o sofrimento como um meio que justifica qualquer fim. Nossas escolhas devem ser consideradas “livres” contanto que não estejam sujeitas à coerção ou compulsão exteriores. Julie Gossack — uma esposa e mãe que, por cinco vezes, teve de enfrentar o sofrimento do suicídio de familiares — resume bem a questão: “Suicídio não é uma herança genética nem uma maldição familiar. Suicídio é uma escolha pecaminosa feita por um indivíduo. Essa afirmação não é desprovida de amor ou respeito. É a verdade. Eu amava ternamente meus familiares que cometeram suicídio, mas as escolhas deles foram pecaminosas, e não justas” (JBC Winter: 2006). O suicídio pode parecer a única saída, mas a Escritura nos afirma que Deus nunca nos conduzirá a uma situação em que violar seus mandamentos seja a única opção — 1Coríntios 10.13. Nós não ajudamos os santos que estão lutando se nos recusamos a dizer-lhes que o suicídio desagrada a Deus; falar-lhes isso, em amor, pode ser um dos meios pelos quais Deus sacode a alma suicida e lhe traz de volta a um pensamento melhor, mais piedoso.

4. Suicídio não é o pecado imperdoável.

Nós não temos um sistema de penitência e de “extrema unção”. Embora seja particularmente triste para um cristão morrer dessa maneira — confuso e sem esperança —, essa perda de perspectiva não significa, necessariamente, que o indivíduo não era um cristão nascido de novo e justificado. John Frame, o qual sustenta que o suicídio é pecado, também conta a história de um amigo missionário que foi conduzido para mais perto de Jesus à medida que lutava contra a depressão, mas terminou por matar-se. Frame não hesita em dizer, com confiança, que aquele homem era um cristão genuíno. Nós somos salvos pelo sangue de Cristo, não pelo fato de o nosso momento final ter sido triunfante ou trágico. O suicídio não deve ser tratado com leviandade. Ele é inimaginavelmente doloroso e desagradável a Deus. Porém, para o filho de Deus, verdadeiramente arrependido, verdadeiramente crente e verdadeiramente justificado, Deus é maior do que os nossos pecados, mesmo aqueles que nos apanham em nosso último suspiro.

O artigo original poderá ser visto por desse link aqui: