sexta-feira, 17 de julho de 2015


Serie: Porque não "catamos certas músicas".

ANALISANDO  AS MÚSICAS CANTADAS EM NOSSAS IGREJAS

Música: Restitui (Toque No Altar)

Letra:

Os planos que foram embora
O sonho que se perdeu
O que era festa e agora
É luto do que já morreu
Não podes pensar que este é o teu fim
Não é o que Deus planejou
Levante-se do chão!
Erga um clamor!

Restitui!
Eu quero de volta o que é meu
Sara-me!
E põe teu azeite em minha dor
Restitui!
E leva-me às águas tranqüilas
Lava-me!
E refrigera minha alma
Restitui!..

E o tempo que roubado foi
Não poderá se comparar
A tudo aquilo que o Senhor
Tem preparado ao que clamar
Creia porque o poder de um clamor
Pode ressuscitar!...


Análise:

Está musica é um verdadeiro clássico contemporâneo. Todos a conhecem, todos a cantam, todos choram ordenando a Deus que restitua o que nos pertence.

A música se divide claramente em duas partes: a primeira contempla as duas estrofes e, semelhantemente ao que ocorre com Jó, algum amigo busca confortar, com conselhos e soluções, um determinado irmão que aparentemente passou por perdas.

A segunda parte trata-se do refrão, onde o irmão aconselhado ergue um clamor, segundo o que seu amigo aconselhou. É ai que reside a confusão maior.

No refrão encontramos palavras absolutamente anátemas. O primeiro verso diz: “Restitui! Eu quero de volta o que é meu”. Que absurdo! Como um servo pode se dirigir a Deus dessa forma? Não é bem isso que o Evangelho nos ensina:

“assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas o glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei; como também em outro lugar diz: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. O qual nos dias da sua carne, tendo oferecido, com grande clamor e lágrimas, orações e SÚPLICAS ao que podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua REVERÊNCIA, ainda que era Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu”. (Hebreus 5:5-7)
Percebem o que de fato é um clamor? Bem diferente do “clamor erguido” desta música delirante. Que tipo de reverência possui alguém que exige de Deus a restituição do que, por conta própria, acha que tem direito? E, mesmo que tivéssemos algum direito, seria com exigências a Deus que os conquistaríamos?

"Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão". (Romanos 9:15)

Não vejo necessidade de análises adicionais para uma canção absolutamente apócrifa como esta, um clássico do movimento gospel brasileiro e que reflete muito bem a situação de desapego à Palavra de Deus que esta geração tem sofrido.

 




Ruy Cavalcante/adaptação Daniel Santos  

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