sábado, 20 de abril de 2019

JESUS: O JUDEU PALESTINO

Quando lemos o Novo Testamento da Bíblia, fica claro, sem qualquer dúvida, que Jesus era judeu.
Era filho de judeus, aprendeu hebraico, pois os evangelhos o apresentam lendo as escrituras sagradas dos judeus quando se reveleu como messias em Nazaré, e falava o aramaico, língua falada pelos judeus de seu tempo, desde os tempos de cativeiro na Babilônia.
Quando Jesus nasceu, por volta de 7 a.C., já não existia o Estado de Israel, pois este havia perdido a sua identidade quando os romanos invadiram e anexaram seu território, em 63 a.C.
Jesus nasceu, portanto, em um país dominado, ocupado há décadas por estrangeiros. Sua mãe já nascera sob o domínio romano.
Não existem registros sobre o pensamento e o comportamento de Jesus em relação a essa ocupação romana antes dos 30 anos de idade.
Todavia, os evangelhos registram que ele não se incomodava com o domínio romano, que não se negava a pagar os impostos aos romanos, que não os odiava, e inclusive que ele ajudava os romanos que o procuravam, e ensinava a todos a perdoar e a amar os inimigos, e os romanos estavam entre esses inimigos.
É como se Jesus tivesse vivido na Polônia ocupada pelos nazistas ou pelos soviéticos e não lutasse contra os invasores, e ainda os ajudasse em caso de dor, doença, sofrimento, e ainda pregasse o amor dos poloneses aos nazistas. Ou como se ele tivesse vivido na França ocupada pelos nazistas e fizesse o mesmo.
Jesus jamais seria membro da resistência francesa ou polonesa! Ele era um pacifista de verdade, e no seu maior grau possível!
Jesus não era um judeu fanático! Ele jamais mataria um romano, ou um não judeu qualquer, apenas por não ser judeu!
Como os romanos passaram a denominar a região de Israel de Palestina, Jesus ao nascer era um palestino, na ótica dos romanos.
Então, Jesus era, a um só tempo, judeu e palestino.
No entanto, ele ajudava romanos, ajudava samaritanos, que não eram judeus, ajudava fenícios, que não eram judeus, como quando estava em Tiro, cidade da Fenícia.
Jesus era um cidadão do mundo!
Ele não se prendia a religião, não participava de discussões políticas, não incentivava a luta de libertação do domínio romano.
Jesus pregava a paz, o amor, o perdão, a reconciliação, e isso não tinha limites raciais, culturais, linguísticos, nacionalistas, etc.
Se Jesus vivesse hoje em Israel, pregaria a paz, a união, o perdão e a reconciliação com os palestinos, jamais a luta armada, a desunião. Se vivesse na Faixa de Gaza, pregaria da mesma forma a paz, a união, o perdão e a reconciliação entre judeus e muçulmanos, entre palestinos e judeus, pois todos são igualmente seres humanos, e religião, etnia, nacionalidade ou qualquer outra diferença não pode afastar as pessoas, não pode levantar muros entre as pessoas, não pode servir de pretexto para separar, isolar, dividir, discriminar, muito menos para lutar e matar pessoas.
O que Jesus pregou, se tivesse sido acatado, acolhido, absorvido em seu tempo, na Palestina, por todas as pessoas, teria evitado o massacre romano no ano 70 d.C., que se deu após o início da revolta dos judeus no ano 66 d.C.
O orgulho dos judeus, que não aceitavam a dominação romana, levou à extinção do Estado de Israel no século I da Era Cristã.
Jerusalém foi cercada durante um ano, e então invadida no ano 70 d.C. pelas tropas romanas comandadas por Tito, após o povo sofrer imensa fome, e grande parte da população foi morta, e os sobreviventes foram vendidos como escravos e espalhados pelo mundo romano. Foi a chamada Diáspora, ou dispersão.
Israel acabou ali, e só voltou a existir novamente como nação em 1948, após a sua criação pela ONU. E isso só aconteceu por causa do holocausto que era recente, e que sensibilizou as nações que integravam a ONU.
Se os judeus do tempo de Jesus não tivessem lutado contra os romanos, Israel nunca teria deixado de existir, nunca teria havido o massacre de Jerusalém em 70 d.C., e talvez nunca tivesse ocorrido o holocausto no século XX.
O Egito foi dominado pelos hicsus, pelos gregos comandados por Alexandre, o Grande, pelos romanos, pelos muçulmanos, pelos franceses com Napoleão, pelos ingleses, e nunca deixou de ser chamado de Egito!
O Egito nunca acabou! Está lá até hoje! Da mesma forma a Grécia! E tantos outros países foram invadidos, conquistados, dominados, como a Índia, ou como a Polônia, e não perderam a sua identidade.
A religião e o apego excessivo a ela, e o fanatismo religioso, levaram à destruição de Israel no século I.
O apego à religião fez os judeus espalhados pelo mundo retornarem ao seu local de origem, mas a um custo elevado.
Já houve duas guerras, uma iniciada logo após a criação do Estado de Israel, em 1948, quando diversos países vizinhos, todos com população muçulmana, atacaram Israel, e outra em 1967, com a mesma situação.
Israel nunca teve paz desde sua criação em 1948!
Hoje é um país em permanente alerta, sempre atacado, e prestes a atacar o Irã, que representa para ele uma ameaça real, mas o que provocaria uma guerra na região envolvendo vários países muçulmanos, e que poderia levar o mundo a mais uma guerra mundial.
O que Jesus pregou naquela região há 2 mil anos era suficiente para se ter na região um povo unido, pacífico, irmão, sem fanatismo religioso, e sem guerra ou risco de guerra.
Aliás, se a humanidade toda tivesse já absorvido os ensinos de Jesus, nenhuma guerra teria existido desde sua passagem pela Terra.
Não teria havido a Primeira Guerra Mundial! Não teria havido a Segunda Guerra Mundial, que matou 60 milhões de pessoas!
O mundo já poderia estar vivendo em paz há muito tempo, sem guerras, sem disputas territorias, sem matanças e “limpezas” étnicas, como a que ocorreu na Bósnia, e com fraternidade, mais solidariedade, e resolvendo todos os conflitos com o diálogo.
O mundo precisa ler mais as mensagens e os ensinamentos de Jesus, pois nenhum outro profeta, filósofo, líder religioso ou político nos deu melhores elementos para vivermos em paz, para nos reconciliarmos com nossos inimigos, para perdoarmos o nosso próximo, e para vivermos em paz, como irmãos.
Hoje judeus e palestinos brigam, se odeiam, se matam, matam inocentes, por causa de excessivo apego a terra, a nação, a nome de nação, a religião, etc.
Palestinos e judeus, muçulmanos e judeus, israelenses e palestinos, etc., são denominações que já poderiam ter desaparecido.
A única solução verdadeira e eficaz que vislumbro para a região e a chamada questão palestina consiste em as pessoas aceitarem as diferenças, aceitarem os outros como iguais, abrirem mão do apego excessivo a nação, a nome de nacionalidade, talvez dando um novo nome a um estado único na região, não sendo nem Israel nem Palestina, e todos passando a viver como irmãos no mesmo território, com respeito mútuo, com fraternidade.
Judeus e muçulmanos vivem sem luta em muitos países!
Hoje, católicos e protestantes vivem tranquilamente pelo mundo, nem parecendo que um dia existiu a Noite de São Bartolomeu, com o massacre dos huguenotes na França, quando cerca de 30 mil protestantes foram massacrados na França, em uma única noite, por causa de religião, e eram todos cristãos.
Durante a Reforma protestante, na Alemanha, mais de 100 mil pessoas foram mortas, e eram igualmente cristãos matando cristãos.
Na Índia, após a independência, em 1947, hindus e muçulmanos que antes viviam como amigos passaram a massacrar uns aos outros. E precisou separar uma parte da Índia para que os muçulmanos fossem viver separados, nascendo assim o Paquistão, e até hoje há mortes na fronteira entre os dois, que se tornaram inimigos. Tudo por religião.
No Iraque, sunitas e xiitas, todos muçulmanos, estão se matando desde que Sadam Russein caiu.
Quantas guerras, quantas revoluções, quantas limpezas étnicas já existiram desde que Jesus viveu entre nós?
Tudo isso poderia ter sido evitado!
Ainda há tempo! Ainda podemos mudar a face do mundo!
Basta aceitarmos a ideia de que somos todos filhos do mesmo Deus, ou que somos filhos da mesma Terra, marinheiros do mesmo barco, e que não precisamos lutar, matar, por causa de religião, por causa de terra, de água, de comida, de nada. Não precisa ninguém dizer que é cristão! Nem precisa ir a igrejas cristãs. Basta absorver os ensinos que uniriam os homems!
Se passarmos a nos ver como irmãos, a sermos mais fraternos, mais solidários, saberemos dividir melhor os bens, aliviar as dores uns dos outros; saberemos nos reconciliar quando houver conflito, sem precisarmos recorrer às armas e causarmos a morte de milhares ou milhões de pessoas.
Precisamos aprender a ser humanos, como diz um irmão meu, e sermos humanos mais evoluídos.
O mundo pode, sim, ser um bom lugar para viver, um mundo de paz, de solidariedade, de felicidade.
Utopia? Por que não sonhar com um mundo melhor?
Podemos, sim, transformar a face da Terra!
Podemos fazer da Terra um mundo melhor para viver, com menos sofrimento, sem guerra e sem fome, sem crimes.
Tudo depende de nós, apenas de nós!
A fórmula? Jesus já nos deu, há 2 mil anos!
Basta agora aplicarmos a fórmula, acreditando que pode dar certo.

L.R.Mattos

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