sábado, 13 de maio de 2017

Feliz a nação cujo Deus é o Senhor
Salmo 33
10 O Senhor desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos.
11 O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.
12 Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.

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Por meio desta passagem os evangélicos pensam que é indispensável, é imprescindível, ter um representante cristão (que na realidade quer dizer evangélico mesmo, com igreja, cobertura espiritual e de preferência com um cargo eclesiástico) para que Deus abençoe um país. O que ocorre primeiramente é que eles pensam em colocar um representante de sua igreja, que defenderá sua igreja e, para corroborar isto, eles distorcem passagens bíblicas para tornar suas opiniões, e intenções, espirituais, e convencer os membros do quão importante é eles votarem no candidato que seu pastor escolheu.
Então, para deixar as coisas claras para os cristãos evangélicos, principalmente os neopentecostais, autores da distorção desta passagem citada, vamos estudar um pouco o real sentido desta passagem.
O primeiro conceito a ser estudado é quem escreveu e em que tempo. O livro de Salmos situa-se no antigo testamento e apresenta a maioria de seus conceitos baseadas na lei, na antiga aliança. De acordo então com a antiga aliança, Israel era a nação escolhida por Deus, e a única nação cujo deus era o Senhor dos Exércitos, Jeová Senhor. É por isso que a Bíblia declara que Deus escolheu como nação santa, povo de propriedade exclusiva do Senhor a nação de Israel.
Êxodo 19
5 Agora, pois, se atentamente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu pacto, então sereis a minha possessão peculiar dentre todos os povos, porque minha é toda a terra;
6 e vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.
Deuteronômio 7
6 Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra.
Mas lembre que isto se refere à velha aliança. Quando Davi escreveu, ele estava na velha aliança, baseado nela, e ele se referia exclusivamente a Israel, a herança de Deus. Como a nação de Israel não obedeceu, eles quebraram esta aliança. Mas e agora? Será que esta passagem pode ser aplicada no tempo da graça? Se sim, de que forma?
Nos dias de hoje ela pode ser aplicada no conceito de não existência de uma nação, mas de um povo. É neste sentido que poderemos interpretar o verso doze. Com o tempo da graça, se tornou verdade o que diz a passagem de Paulo no qual afirma não haver judeu nem gentio diante de Deus, pois todos são um só povo.
Romanos 10
12 Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos os que o invocam.
Romanos 3
29 É porventura Deus somente dos judeus? Não é também dos gentios? Também dos gentios, certamente,
Para o tempo da graça não há diante de Deus limites territoriais, seja de raça, local de nascimento, ou sexo. Só há divisão entre filhos e escravos, justos e ímpios, santos e pecadores. Neste sentido, a passagem que fala de povo se estende a todos aqueles que são filhos de Deus e pertencem à sua noiva, a Igreja. Quando se diz nação temos que levar em consideração a passagem de Pedro que diz:
I Pedro 2
7 E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina,
8 e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Logo dizer que feliz é a nação cujo Deus é o Senhor quando se está na graça para se referir a grupos territoriais ou Estados- nação é um verdadeiro atentado a verdade do evangelho, que afirma que Deus não é Senhor de um Estado, mas de um povo, que é a sua Igreja, seu Corpo, formado por todos os seus filhos, que não possui limites raciais ou territoriais.
Espero que todos tenham entendido esta passagem e que quando algum pastor chegar querendo usá-la para defender a candidatura de alguém que se diz cristão, como quando ocorreu uma vez em certo congresso, no qual por causa do pronunciamento de um politico que disse “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”, o líder de uma igreja disse que todas as igrejas debaixo da cobertura dele deveriam apoiar a candidatura deste político, pois ele seria um bom instrumento diante de Deus. Detalhe: o político em questão não era cristão. Como a nação será abençoada como eles dizem?
Pense querido irmão, não se deixe ser enganado por estas distorções bíblicas. Quando algum evangélico usar textos bíblicos para justificar sua entrada na política, ou para te convencer a votar em um determinado candidato, não se submeta a vontade dele.
Não é errado um cristão se candidatar a um cargo político, mas não se deve espiritualizar isto ou usar a palavra de Deus para conseguir votos.

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