terça-feira, 29 de julho de 2014

POR Henrique Beirangê5 ANOS ATRÁS
por Henrique Beirangê
henrique@blogdacomunicacao.com.br
“O exército israelense possui planos para uma possível quarta fase do conflito, derrubar o Hamas e reocupar Gaza definitivamente”. A informação é de um alto funcionário do ministério da defesa de Israel, que segundo a agência de notícias internacional Reuters, não quis se identificar porque o plano ainda aguarda aprovação do governo judaico. A primeira fase se concretizou com o massivo bombardeio aéreo, a segunda com a invasão por terra da artilharia e a terceira está se anunciando com a incorporação de novos reservistas para aprofundarem a invasão. Israel se retirou de Gaza em 2005 após 38 anos de ocupação militar. Para entender as razões do conflito precisamos remontar a um passado não tão distante. As tensões entre judeus e árabes começaram a emergir a partir da década de 80 do século XIX, quando judeus provenientes da Europa começaram a emigrar, formando e aumentando comunidades judaicas na Palestina, quer por compra de terras aos otomanos, quer por compra direta a árabes proprietários de terrenos. Estabeleceram-se assim comunidades agrícolas nas terras históricas da Judeia e de Israel, que eram então em parte, do império otomano.
A região da Palestina compreende as terras entre a porção oriental do mar Mediterrâneo e o rio Jordão, de maioria predominantemente árabe. Pertenceu durante muitos séculos ao Império Otomano, mas após a derrota na 1ª Guerra Mundial ficou sob administração dos ingleses. Com o fim da 2ª Guerra mundial e a necessidade de alocar a multidão de refugiados judeus em algum lugar a Resolução 181 de 29 de novembro de 1947 da Assembleia Geral das Nações Unidas propôs o estabelecimento de um estado árabe e outro judaíco na região da Palestina. Os árabes nunca aceitaram a criação de um estado judeu na Palestina e por isso não obtiveram o direito a criação de um estado palestino. Segundo a maioria árabe a determinação da ONU espoliava os palestinos pois, a maior parte das terras ficariam com os judeus, povo que era minoria na região. Daí em diante muito sangue, ódio e intolerância acirraram ainda mais os ânimos.
Esses fatos mostram que boa parte da resistência palestina com relação a ocupação judia  possui uma fundamentação racional, afinal nenhum povo aceitaria ter suas terras ocupadas e ainda ter de deixá-las para a criação de um novo estado. Por outro lado a inaceitação do estado de Israel por parte da maioria árabe que vive na região dificulta o estabelecimento de um acordo definitivo.
Israel alega que os atentados por parte de grupos terroristas são as razões que sustentam esse conflito, que civis são alvos desses grupos e que estão agindo em nome de sua segurança. Ora, e os mais de 900 mortos palestinos das últimas semanas? E as mais de 300 crianças massacradas?  Segundo observadores internacionais, pelo menos metade dos mortos em Gaza são civis. Israel está usando o caos para tentar construir sua Paz. Em momento algum devemos aprovar o terrorismo como instrumento de reivindicação política, mas Israel sabe bem como funciona o terrorismo, pois o primeiro grupo terrorista do mundo nasceu sob comando Judeu, o grupo terrorista Irgun.
A Irgun organizou a imigração clandestina de judeus na Palestina, assim como operações de represália e atentados contra civis árabes, foi responsável por um atentado em um hotel que matou mais de 90 pessoas. Também lutou contra a presença britânica na região. Foi classificada pelas autoridades britânicas como organização terrorista.
Ambos os lados possuem suas razões e seus desejos de permanência na região, porém não é através de um ataque desproporcional por parte de Israel a inocentes palestinos que esse conflito será resolvido. Isto é fato. Caso a informação da fonte da agência de notícias Reuters se concretize, Israel estará usando o mesmo expediente dos nazistas: anexação de território e a criação de uma multidão de refugiados, para construir sua civilização sobre os escombros do povo árabe da região.
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Irgun (a direita) e Hamas (a esquerda): lutando contra a paz na terra santa – Crédito: Reprodução

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